Os experimentos de Isaac Newton e seus estudos com a Óptica

Nesse artigo vamos falar de umas das características mais importantes, que fez Isaac Newton ser, reconhecidamente, um cientista bem diferente e além dos demais: o fato dele ser um experimentalista.

Isaac Newton, o experimentalista


É comum encontrarmos cientistas teóricos, que se dedicam somente à parte teórica, no papel, de suas pesquisas. Se dedicam mais aos livros, teorias, demonstrações, desenvolvimento matemático e focam mais no raciocínio.
Por outro lado, é comum achar cientistas mais voltados para a parte experimental, geralmente em laboratórios, testando teorias, fazendo tentativa-erro, anotando os resultados etc.

Uma característica importante de Newton era que ele não se satisfazia somente teoricamente, raciocinando, ele precisava experimentar, testar, ver as coisas funcionando.
Ele não foi o primeiro a fazer isso. Os estudos de Galileu, que em muito influenciaram Newton, também abordava essas duas maneiras de pesquisa, teórica e experimental.

E, curiosamente, Isaac Newton fazia essas duas abordagens desde cedo.
Certa vez, por exemplo, ainda durante sua estadia no Trinity College, ele ficou sabendo da passagem de um cometa durante a madrugada. Ele se organizou, e com um cobertor, uma luneta e cadernos para anotação passou a noite em claro, no frio de Cambridge, observando o cometa, a lua, seu halo...e anotando o máximo possível aquilo que via. Era sua abordagem experimental.

Com suas anotações, poderia depois raciocinar, teoricamente: por que o planeta passara naquela data? Por que iria passar depois de determinado tempo? Por que ele não mudava de direção ou sumia? Por que alguns astros se moviam, e outros pareciam estáticos no céu? O que era aquela halo, aquela fumaça ao redor da lua? De que era feito?

Claro, existiam algumas explicações, principalmente de cunho religioso.
Mas dar uma explicação é a coisa mais fácil, difícil é dar uma explicação com alguma base lógica, mais difícil ainda era provar uma teoria, usando todo o rigor da matemática.
E era somente isso que satisfazia Newton: o rigor matemático. E, sem dúvidas, ele foi o melhor dos homens nesse quesito.

PS: após a noite em claro estudando e analisando o cometa e outros astros, ele ficou doente, teve uma febre séria e passou dias a delirar. Como veremos ainda neste artigo sobre o gênio Newton, não foi a primeira nem última vez que Isaac colocava sua saúde em risco pelo seu trabalho.

Óptica, luz, prisma e cores

Isaac Newton e os estudos de óptica físicaUm dos primeiros objetos de estudo de Isaac Newton (para não dizer paixão) foi a luz.
Até hoje ela ainda é um mistério. O que é a luz? E as cores? Como são formadas? De onde surgem?
As dúvidas eram tão básicas, que não se sabia praticamente nada sobre a natureza da luz, de um ponto de vista mais científico.

Gostava tanto desse assunto que em 1704 lançou um livro chamado Opticks, sobre seus experimentos, teorias e opiniões sobre cores, luz, fenômenos luminosos e coisas relacionadas.

Na época de Newton, a ideia mais aceitada sobre a luz era a dada por Descartes, que acreditava que a luz nada mais era que uma pressão no nervo ótico de nosso corpo.
Obviamente, com pouquíssimo, ou nenhum fundamento científico e rigor.

E em 1665 Newton adquiriu um prismo, 'lacrou' seu quarto, deixando apenas um pequeno furo de onde entrava a luz solar, e fez a experiência do prisma que separava as cores do espectro, onde era possível ver todas as cores refratadas na parede do quarto.
Newton mostrara, experimentalmente, que a luz era composta por esse espectro de cores.

Ele foi ainda mais além ao concluir, de maneira correta, que a cor de um objeto qualquer iria depender da faixa de cores que ele absorvia, e a que refletia.
Por exemplo, um objeto azul absorve todas as cores, exceto o azul, que é refletido, e assim notamos tal cor.

Experimentos malucos de Isaac Newton

Todo gênio da ciência tem uma pitada de 'loucura', ou de extravagância.
Com Newton não foi diferente, e ele fez coisas que podem ser consideradas, no mínimo, irresponsabilidade.

Quando estava estudando as teorias de Descartes sobre a luz, que dizia que estavam relacionadas a pressão no nervo ótico, e essas pressões produziam, por exemplo, as cores que percebemos, Newton fez uma coisa inimaginável: enviou um palito, ou agulha, embaixo do olho, tentando alcançar o fundo do olho, para produzir uma pressão.

Isso mesmo, Isaac Newton enfiou um objeto pontiagudo NO OLHO, para verificar a veracidade das ideias de Descartes sobre a luz e as cores.
A notícia boa é que ele provou que eram falsas, a ruim é que isso foi um ato extremamente imprudente, que poderia ter ocasionado lesões graves.
Realmente Isaac Newton queria testar a veracidade de tais ideias, não?

Achou pouco?
Ainda para provar a ligação das cores com os olhos, Newton passou horas a fio olhando diretamente para o Sol, para depois olhar para um local escuro e ver os círculos de cores que se formavam quando ele piscava os olhos.

O resultado dessa loucura foi imediato:ele ficou com a visão do sol 'gravada' nos olhos, sem poder olhar para nenhum objeto. Ele literalmente ficou cego, e só conseguiu melhorar após ficar 3 dias em um quarto totalmente escuro.

Com a medicina da época, podemos dizer que Newton simplesmente teve sorte com seus experimentos e poderia ter ficado permanentemente cego com tais experimentos.

1 comentários:

Unknown disse...

Pra mim, um verdadeiro poeta, enxergava Deus em todas as coisas, um homem extremamente dedicado e sem dúvida nenhuma uma das maiores personalidades que passou por esse mundo.